quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Bênção de Deus ou o Deus da Bênção?


“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará...”

Uma das características que mais admiramos em Jesus é o Seu compromisso com o Reino de Deus e os propósitos do coração do Pai. E, neste discurso de Jesus, talvez um dos mais sérios e duros, a ponto de muitos dos discípulos se escandalizarem Nele (v. 60; 66), Ele deixa bem claro que o projeto do Reino de Deus ou a vontade do Pai é superior a qualquer desejo ou necessidade humana. Deus sabe dessas necessidades e as supre, mas a ênfase de nossa busca por Deus não pode estar nelas.

A multidão afluía de forma cada vez mais crescente em direção a Jesus, cada dia que passava, Sua fama aumentava, e, com isso, as pessoas ao seu redor. Mas Jesus, conhecedor do coração humano, percebe que o interesse dessas pessoas não estava Nele, ou no Reino de Deus, objeto de sua pregação, mas nos seus desejos e interesses pessoais. Todos tinham problemas e necessidades pessoais e queriam que Jesus as resolvesse, sem, no entanto, firmarem o desejo de fazer parte do Reino de Deus.

Aqui, Jesus chama a atenção de todos(as) para que eles se esforçassem tanto quanto estavam se esforçando para alcançar a comunhão com o Pai. “Trabalhai (esforçai-vos) não pela comida que perece...” Jesus estava dizendo que as pessoas estavam concentrando seus esforços em propósitos/objetivos errados – naquilo que é passageiro e não eterno. Ele diz a todos que Ele estava ali, não para fornecer pão material, mas pão espiritual, alimento que subsiste para a vida eterna, e que era este alimento que as pessoas deveriam buscar intensamente.

Hoje, percebemos o mesmo erro nas multidões que afluem em direção a Jesus, todos querem a bênção, sem, no entanto, se concentrarem no Deus da Bênção. A grande diferença que percebemos, da época de Jesus para os nossos dias, é que o discurso de Jesus, em relação a este entendimento errado do projeto de Deus não é estabelecido, a ênfase em “trabalhar não pela comida que perece” não é mais apresentada. E, alguns fatores contribuem para isso:

a)                       Insegurança daqueles que pregam: Jesus sabia quem era e a quem servia, portanto, Ele não tinha necessidade de baratear o Evangelho do Reino, reduzindo-o aos meros interesses humanos;

b)                      Interesses carnais: Jesus não se deixava levar pela fama. Ele tinha plena consciência que a Glória era do Pai que Ele (Jesus) era aquele que deveria fazer com que as pessoas vissem, não a Si, mas ao Pai – “Aquele que me vê, vê ao Pai”. Hoje percebemos como a fama ou os interesses carnais conseguem iludir e segar os mensageiros de Deus. Eles são atraídos e engodados por suas próprias concupiscências (desejos carnais);

Que Deus nos abençoe e nos ajude a nos esforçarmos, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna.

Pr. Genildison da Silva Ribeiro

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